O instrumento musical é o resultado de um trabalho artesanal, manufaturado, e como tal merece alguns cuidados e observações para ser mantido em boas condições de uso. O instrumento pode ser preservado principalmente quando é tocado de maneira correta.
    Inicialmente a madeira precisa se adaptar a temperatura e umidade local e à maneira de tocar do flautista, e é importante que a utilização seja gradual nas primeiras semanas. O tempo de execução diária na primeira semana não deve exceder 10 minutos, progressivamente pode-se ir aumentando até a madeira se estabilizar. Sugiro a tabela a seguir como guia de planejamento que se seguido trará bons resultados no desenvolvimento da flauta.
1° semana – 10 minutos de execução diária (duas vezes ao dia);
2° semana – 15 minutos de execução diária (duas vezes ao dia);
3° semana – 20 minutos de execução diária (duas vezes ao dia);
4° semana – 25 minutos de execução diária (duas vezes ao dia).
    Enfatizar estudos na região média e grave (1° registro) com notas longas e/ou escalas, coisas simples, prestando atenção para equilibrar entonação, harmonia e dinâmica. Com o tempo a sonoridade da flauta ficará mais “aberta”, homogênea, rica e flexível. Desta maneira estaremos desenvolvendo o instrumento mais equilibradamente. 
    Não exponha a flauta a mudanças súbitas de temperaturas. Não deixe dentro de carros estacionados, sob a incidência direta da luz solar ou em temperaturas muito baixas. Nunca toque na lâmina do “bizel” (região do final da rampa, na janela), isto pode danificar todo o sistema de produção do som.
    É importante está com as mãos limpas e isentas de suor e gorduras ao tocar na flauta, isto para evitar oxidação na madeira e/ou manchas. Também é bom está com os dentes escovados quando for tocar, pois se evita que alguma partícula de alimento fique depositada no interior da flauta, principalmente no canal de ar, onde podem criar fungos e bactérias e prejudicar a madeira.
    Para diminuir a condensação no canal de ar aconselho aquecer o instrumento, principalmente no “voicing”, antes de tocar, colocando-o junto ao corpo ou soprando delicadamente no interior da flauta para que a temperatura interna seja próxima da do sopro. Após o uso, desmontar as partes, secá-las com tecido macio e deixá-las repousando até secar completamente. Madeiras de densidade maior tem a tendência de maior condensação.
   O óleo de amêndoas doce pode ser usado de forma moderada, ou azeite de oliva. Aconselho olear a flauta quando sentir a madeira um pouco seca, e deixá-la repousando cerca de 12 horas em posição vertical, enxugando depois o excesso com tecido macio. Aconselho olear o interior completo do corpo e do pé, e na cabeça somente até a rampa, (NÃO PASSAR ÓLEO NO BLOCO, DENTRO DO CANAL DE AR, uma de suas funções é absorver convenientemente a umidade do sopro sem se alterar muito, e estando saturado de óleo o mesmo pode não ter um bom desempenho). É bom sempre aplicar uma camada fina de óleo no interior e espalhar bem, não é encharcar a madeira e nem tão pouco deixá-la seca. Com o tempo a madeira irá ficando saturada de óleo e os intervalos de aplicação ficarão mais espaçados. 
    Entre seis e doze meses aconselho trazer a flauta para ser feita uma manutenção, todos os custos de envio e devolução do instrumento será por conta do flautista, e no momento do envio da flauta para manutenção é que informarei um prazo para devolução. A garantia do instrumento é de dois anos, é gratuita e engloba serviços (se necessários) como “revoicing” (manutenção no bloco, canal de ar, rampa...), “reboring” (alargar novamente as medidas internas) e correção de afinação. Após este período, caso haja necessidade de outra manutenção, será cobrado um valor de acordo com o serviço a ser realizado. Garanto esta manutenção gratuitamente, desde que não seja observado manuseio incorreto que ocasione problema na flauta, tal como exemplo a flauta rachar por falta de óleo ou por alguma queda ou pancada sofrida.
    Caso tenha alguma dúvida não hesite, é só perguntar, terei o maior prazer em ajudá-lo.
    Atenciosamente, agradeço a preferência,
 
Marcos Ximenes